sábado, 26 de agosto de 2017



Um novo aspecto do simbolismo da emissão monetária do milénio de Roma, no reinado do imperador Filipe I, “o Árabe”.

Os jogos seculares foram comemorados inúmeras vezes, e deram origem a muitas  emissões monetárias.
Augusto, Domiciano e Septímio Severo comemoraram este evento baseando-se no “calendário etrusco” que tinha a particularidade de ter 110 anos .
Cláudio, Antonino Pio e Filipe, comemoraram  respectivamente os 800, 900 e o milénio de Roma, que é o assunto destas páginas.
Neste artigo vamos tentar fazer um balanço sobre as hipóteses da simbologia nos  reversos utilizados.

Filipe I-Antoniniano cunhado em Roma  no ano 248
Anv. Filipe com coroa radiada à direita
IMP PHILIPPVS AVG
Rev. Leão caminhando para a direita
SAECVLARES AVGG  I = primeira oficina
 (Ref. RIC-12, RSC-173, Sear-8956)


Filipe I-Antoniniano cunhado em Roma em 248
Anv. Filipe com coroa radiada à direita
IMP PHILIPVS
Rev. Loba amamentando Rómulo e Remo
SAECVLARES AVGG   II, segunda oficina
(Ref. RIC IV/15, Cohen-178)

Filipe I-Antoniniano cunhado em Roma em 248
Anv. Filipe I com coroa radiada à direita
IMP P PHILIPPVS AVG
Rev. Bode  caminhando para a esquerda
SAECVLARES AVGG  III, terceira oficina
(Ref. RIC IV/22, RSC- 189)

Otacília Severa (esposa de Filipe I)-Antoniniano cunhado em Roma em 248
Anv. Otacília com diadema e drapeada à direita
OTACIL SEVERA AVG
Rev. Hipopótamo com cabeça de leão caminhando para a direita
SAECVLARES AVG   IIII, quarta oficina
(RIC- 116 b. RSC-63)

Filipe I- Antoniniano cunhado em Roma em 248
Anv. Filipe com coroa radiada à direita
IMP PHILIPPVS AVG
Rev. Cervo caminhando para a direita
SAECVLARES AVGG  V, quinta oficina
(Ref. RIC IV/22, RSC- 189)

Filipe I- Antoniniano cunhado em Roma em 248
Anv. Filipe com coroa radiada à direita
IMP PHILIPPVS AVG
Rev. Antilope caminhando para a esquerda
SAECVLARES AVGG  VI, sexta oficina
(Ref. RIC IV/22, RSC- 189)


Filipe I-Antoniniano cunhado em Roma em 248
Anv. Filipe com coroa radiada à direita
IMP PHILIPPVS AVG
Rev. Veado caminhando para a esquerda, e marca da oficina
SAECVLARES AVGG
(Ref. RIC- IV/20, RSC-185)

Philipe II-Sestércio cunhado em Roma em 248
Anv. Philipe II drapeado e laureado à direita
IMP M IVL PHILIPVS AVG
Rev. Alce caminhando para a esquerda (espécie de veado das regiões do norte)
SAECVLARES AVGG  (sem marca da oficina)
(Ref. RIC-264a, Cohen-73)

Philipe I-Antoniniano cunhado em Roma em 248
Anv. Filipe com coroa radiada à direita
IMP PHILIPPVS AVG
Rev. Cipo com a inscrição  COS III
SAECVLARES AVVG

Filipe I-Antoniniano cunhado em Roma em 249
Anv. Filipe com coroa radiada à direita
Rev. Templo de Roma, hexastilo (com 6 colunas) com a deusa Roma ao centro
SECVLVM NOVVM -(Século novo)
(Ref. RIV-25 B, RSC-198) 

Esta  9 ͦ  emissão da oficina monetária de Roma, provavelmente teve início, em  abril do ano 248, por ocasião do milénio de Roma.
De notar que RIC considera que esta é a 5 ͦ emissão da oficina  monetária de Roma, que teve início no dia 21 de abril  de 247.

Para esta emissão, as seis oficinas em actividade cunharam moedas que tinham todas a mesma legenda no reverso, SAECVLARES AVGG (Saeculares Augustorum).
Os jogos seculares dos Augustos, têm a representação de um animal diferente em cada oficina e, no exergo o seu número em algarismos romanos ou, uma marca.

Estas moedas foram cunhadas em nome de Filipe I e Filipe II seu filho que ele elevou ao título de Augusto em maio de 247, e de Octacília esposa de Philipe I.
A interpretação do reverso destas emissões, tem ligação com os textos antigos.

A história de Augusto dá-nos uma lista dos animais exibidos: encontramos o leão, o veado e hipopótamo, que figuram no reverso destas emissões.
A explicação mais comumente aceite, é que estamos na presença de uma emissão monetária , destinada a veicular no Império a imagem de um dos grandiosos aspectos destas  festividades.

Esta interpretação conforme aos textos, é perfeitamente credível e, oferece uma visão impressionante do realismo das distrações oferecidas ao povo, nesta  grande ocasião. 
Este tipo de emissão monetária, também se encontra frequentemente para comemorar o triunfo do imperador, no regresso das suas campanhas militares.

Vejam  por exemplo este denário do imperador Caracala.

Caracala-Denário cunhado em Roma em 212
Anv. Caracala laureado à direita
ANTONINVS PIVS AVG BRIT
Rev. Elefante com o corpo e pernas cobertas com uma rede, caminhando para a direita
P M TR P XV COS III P P
(Ref. RIC- 199, RSC-208, BMC-47)   

No entanto, devemos notar que entre essas moedas, a da segunda oficina difere das outras.
Com efeito, o tema escolhido “a loba romana” é uma  referência direta ao mito da fundação de cidade, enquanto outras emissões mostram outros animais.
Temos portanto uma emissão puramente descriptiva dos jogos, mas também com outra simbologia.
No entanto, podemos ter uma ideia que durante os desfiles, um carro tenha  transportado esta representação (estátua), ou mesmo que a cena tenha sido recontituída ao natural com uma loba domesticada e crianças.

O aspecto simbólico dessa representação, "o símbolo" do mito da fundação de Roma, obriga a interrogarmo-nos, sobre o impacto dos outros reversos presentes aquando desta emissão, porque o aspecto simbólico destes, era uma constante na numária de Roma desde a República e, seria surpreendente que os animais ilustrados  nestas moedas, fossem escolhidos ao acaso.

Nas moedas romanas, os animais são muitas vezes representados  seja como um símbolo de força “o leão”, eternidade ou longevidade “elefante ou cervo”, ou como símbolo de uma divindade: o leão, a cabra, ou a águia por Júpiter, (presente especialmente nas moedas de consagração), a serpente da Salus, a corça de Diana etc,.

Esta interpretação simbólica da 9 ͦ emissão faz todo o sentido no contexto, porque a moeda sendo o principal vetor da propaganda imperial, não há nada de surpreendente em que para exaltar o poder, as virtudes de Roma e do imperador, tenham esolhido animais representativos dessas qualidades.

Esta hipótese nos daria as seguintes simbólicas :
O leão=Júpiter=imperador
A loba romana=Roma eterna
O cervo=a longevidade do reinado

Para os outros três reversos, a simbologia é mais obscura; todavia podemos sugerir algumas suposições:

O hipopótamo=fecundidade: este animal na Antiguidade Tardia egípcia, ainda estava assimilado à mulher grávida e à Fecundidade (deusa Taouret).
Este simbolismo terá sobrevivido até ao século III, através do culto da deusa Isis, importado do Oriente e se espalhou em Roma?
Esta hipótese é interessante porque é o retrato da imperatriz que lhe está assossiado no anverso da moeda.

Não faremos um grande  comentário sobre a relação entre o bode e Filipe II: a sua coragem nos combates? Ou outro ânimo longe dos campos de batalha, simbolizando a aspiração dinástica?

Em contrapartida, a associação cabra=Júpiter é mais explícito, porque foi uma cabra “Almateia”que alimentou Júpiter na sua infância.
A cabra associada a Pilipe II, poderia  muito bem fazer  referência à infância de Júpiter e, ao mesmo tempo a Filipe tornando-o um jovem imperador.
Portanto é possível que não seja um bode, mas sim uma cabra como o consideram alguns autores.
A identificação do animal representado nesse reverso, foi recentemente motivo de muitos debates. Além disso, alguns anos mais tarde a representação de Júpiter montado na cabra Almateia, será um dos reversos principais do jovem Valeriano II, filho do imperador  Galiano.

Valeriano II-Antoniniano cunhado em Roma em 257-258
Anv. Valeriano com coroa radiada à direita
P LIC VALERIANVS CAES
Rev. Júpiter montado na cabra Almateia, levantando a mão direita e segurando um chifre com a esquerda,    IOVI CRESCENTI  (Júpiter Crescente/a crescer)
(Ref. RIC-13. C. 29, Sear-10732)

No que diz respeito ao antilope ainda não se encontrou  nenhuma simbologia  particular.

Os animais símbólicos (reais ou fictícios) associados à proteção de uma divindade, será retomada alguns anos depois pelo imperador Galiano, na sua emissão do “bestiário".

Essas interpretações simbólicas dos reversos, não vão contra aquelas utilizadas pelos imperadores anteriores: só é pena não ser aplicável a toda a série monetária.

Podemos enão presumir  uma outra interpretação simbólica, que não é contra o contexto histórico nem das  imterpretações  precedentes.

As festas do milénio, são a oportunidade de melhorar a imagem do Império que é atacado por todos os lados.
Os bárbaros já se encontranm às portas do Império Romano. Filipe conseguiu a paz com os persas, em troca de algumas terras e um vergonhoso tributo anual. Os Carpos e os Quados, devastaram a Dácia antes de serem derrotados e expulsos no ano 245.
Agitações rebentam continuamente na fronteira norte e a leste.
É necessário manter a ilusão que o mundo romano ainda é muito poderoso e, continua a ser o centro do mundo.
A escolha dos animais representados, estará em relação com essa ideia de universalidade?

Desde sempre os animais foram escolhidos para representar as províncias nas moedas: o leão, o escorpião e o elefante para representar a África. O crocodilo para o Egito, são alguns exemplos disso.

Para representar a extensão do mundo romano da época pelas suas províncias, seria necessário 
quase um jardim zoológico! Para isso, as seis oficinas monetárias de Roma seriam insuficientes.

Geográficamente, o mundo romano apresenta-se como um rectângulo com o Mediterrâneo no seu centro, e pode ser dividido em vários subgrupos coerentes. 

A Itália é rodeada por:

1-«Velho Mundo romano». as províncias do oeste e do noroeste, romanizado desde há muito tempo.

2-«As províncias Bálcâs» do nordeste (Dácia, Panónia etc,).

3-«Oriente Próximo» (ou Próximo Oriente) (Síria, Arábia, Mesopotâmia)

4-«África do Leste (Egito, Líbia)

5-«África do Oeste» (Zona Sáariana e costeira)

Partindo daqui vamos estudar os animais representados

A gravura dos cunhos, é aproximadamente a mesma em todos os exemplares consultados.
Os artistas procuraram reproduzir um determinado animal, e não um animal qualquer, porque para um mesmo tipo pode haver grandes variações, dependendo da espécie e da sua origem geográfica.

Originalmente regrupados para o triunfo do imperador Gordiano III, lógicamente estes animais deviam ser originários ou representar aquela região. 

Na antiguidade, o leão era muito abundante na Àfrica e no Oriente Médio.

A cabra, animal comum, domesticada há muito tempo, estava presente em todos os lados. No seu estado selvagem (cabra de angorá), encontrava-se em grande abundância nas regiões montanhosas no nordeste da (Turquia  Asiática).

O hipopótamo, agora confinado nas regiões húmidas da África Central, naquela época o seu domínio chegava até à embocadura (ou foz) do rio Nilo.

O cervo: este animal foi predominante em todos os lados, mas com variações significativas no tamanho e nos chifres. O animal representado nas moedas, aparatado com numerosos esgalhos em conformidade  com a  espécie europeia, vive  em áreas florestais.

O antilope: este animal como o precedente, foi generalizado sob diversas formas na África, Ásia e mesmo na Europa do Norte. Os longos chifres em espirale e ligeiramente arqueados para trás, são uma reminiscência (ou recordação), de uma espécie africana (cudo, oryix ?).

Como podemos constatar, estes animais não são tipicamente “persas” e neste caso, considerar a seguinte simbólica, dependendo da origem geográfica dos animais.

O leão: Oriente Médio, a Arábia terra natal do imperador.

A cabra: as regiões das bálcâs

Hipopótamo: Egito

O cervo: as províncias do noroeste 

O antilope: a  Àfrica subsariana

Estes cinco animais estão associados com a Loba, símbolo  de Roma e da Itália.

A história de Augusto e outras fontes antigas não dão pormenores  sobre estas festividades.
Podemos imaginar que um desfile juntou delegações «dos cinco cantos do Império», que vieram a Roma para celebrar o evento, cada uma acompanhada por animais representativos dessas regiões.
Uma forma do triunfo de Roma sobre o resto do mundo; ou, considerar que estes reversos mostram que os animais reunidos para a ocasião, provinham de todo o “mundo romano”.
Em seguida, este cortejo triunfal dirigia-se para o templo de Roma para efectuar devoções e sacrifícios.
O templo de Roma será então representado nas moedas da emissão seguinte.

Filipe I-Antoniniano cunhado em Antioquia em 249
Anv. Pilipe I com coroa radiada e drapeado à esquerda
IMP M IVL PHILIPPVS AVG
Rev. Templo de Roma com seis colunas.
A Deusa figura ao centro com um cetro na mão esquerda e um globo na direita
SAECVLVM NOVVM
(Ref. RIC-86a, RSC-200)
(Antioquia:  foi uma cidade da antiga província romana da Pisídia. Foi uma das diversas cidades que receberam o nome de Antioquia, fundadas por Seleuco I).

Como a utilização de animais para representar o espaço geográfico já tinha sido utilizado no passado, mas em pequena escala, exemplo o denário do imperador Adriano aonde no reverso a África regrupa dois animais: o elefante e o escorpião.

 Adriano-Denário cunhado em Roma em 149
Anv. Adriano laureado á direita
HADRIANVS AVG COS III P P
Rev. A África semi deitada virada à esquerda, com uma pele de elefante na cabeça, um escorpião na mão direita, e uma cornucópia na esquerda.    AFRICA.
(Ref. RIC-299, RSC-138)

E, dado o estado do Império romano nesse momento, a necessidade de reforçar a ideia do seu poder e supremacia sobre o mundo através das moedas junto dos habitantes do Império, não pode ser negligenciada.
Estes pressupostos, no entanto permaneceram simples construções intelectuais; as fontes que temos não permitem afirmar a certeza.

A leitura do reverso  proposto, no entanto oferece a vantagem de fazer a 9 ͦ emissão homogénia sobre o plano simbólico, sem por em causa as outras leituras.
Esta foi uma das razões que nos levaram a interrogarmo-nos sobre o impacte simbólico do reverso desta emissão, a escolha destes animais e diversidade  psicóloga destas imagens.

Estes animais podem ser apenas os atores de grandes caçadas recontiuídas nas arenas: explicação puramente descritiva, da qual o significado era evidente para os romanos  da Itália  mas, devia escapar a grande parte das  pessoas em outras  regiões do Império.

Porque utilizar animais pouco representativos (em questão de força,) para mostrar a grandeza de Roma?
A história de Augusto cita animais mais espetaculares: tigres, panteras, hienas ou mais exóticos, por exemplo, rinocerontes e girafas que seriam mais adequados para sugerir a  magnanimidade dos jogos, e marcar os  espíritos ou memórias.

Essas moedas muito divulgadas em todo o Império, porque privar-se de uma mensagem de propaganda em larga escala?
Explicação: «Roma organiza jogos magníficos, Roma é  poderosa» mas,  podemos considerá-la um pouco simplista.

Um vetor importante para difusão dessas moedas nas regiões distantes de Roma, era o soldo  das legiões. Naquela época a maioria eram constituídas por soldados estrangeiros, muitas vezes oriundos de regiões perturbadas  do Império.
O facto dos soldados verem no reverso das moedas de Roma um animal familiar, podia significar que a sua terra de origem fazia parte do Império.

Esta mensagem federativa não parece ilógica, neste período turbulento onde a lealdade vai para aquele que paga melhor, e aonde as ameaças exteriores são cada vez mais frequentes.
Esta 10·ͦ emissão, também apresenta uma moeda interessante ligada às comemorações do milénio, mas apresenta outro animal: o elefante com a legenda AETERNITAS AVGG, (eternidade dos Augustos)

Filipe I-Antoniniano cunhado em Roma no ano 270
Anv. Filipe drapeado  e laureado à direita 
IMP PHILIPVS AVG
Rev. Elefante com o cornaca à esquerda
AETERNITAS AVGG
(Ref. RIC-58, RSC-17, Sear-8921)

Devemos primeiramente notar, que é a única moeda nesta emissão com este reverso.
Se for apenas para mostrar um animal que participou nas festividades, a sua presença nesta emissão pode surpreender e, ficaria  melhor na 9 ͦ  emissão no lugar da loba.
Simbólicamente esta também ficava bem na 10 ͦ emissão com o templo de Roma, ou a moeda onde figura o cipo, erigido para celebrar os consulados do imperador e do seu filho, durante as cerimónias do milénio.

Filipe I-Antoniniano cunhado em Roma em 244-249 (10 ͦ emissão, 5 ͦ oficina)
Anv. Filipe laureado e drapeado à direita
IMP PHILIPPVS AVG
Rev-cipo com a inscrição   COS III,  SAECVLARES AVGG
(Ref.RIC-24C, RSC-193, Sear-8961)

Porque razão isolaram o elefante?
A legenda  refere-se  diretamente à noção da eternidade da qual o elefante é um símbolo forte.
Esta é uma mensagem clara: o Império é eterno representado na legenda do reverso ROMA AETERNAE, das precedentes emissões. 
Podemos aplicar a leitura «geográfica» a este reverso?

O elefante é tradicionalmente usado para representar a  Àfrica, tal leitura aqui parece impossível.
O elefante é também na história romana, o símbolo das guerras contra os cartagineses.
Uma referência a Anibal, aqui seria anormal.
Por isso não temos leitura «geográfica» perfeitamente adequada. 
Todavia os elefantes continuaram a ser utilizados muito além das Guerras Púnicas (como força de ataque ) por alguns exércitos, incluindo os persas.

A História de Augusto indica que na época dos jogos havia 32 elefantes em Roma, dos quais 12, enviados por Gordiano III, 10 por Alexandre Severo,  os outros 10 terá sido Filipe I que os trouxe da Pérsia? 
Teremos aqui uma alusão à “vitoria” do exército romano sobre os persas?

Embora a paz com a Pérsia fosse concluída com um tratado infame para Roma, a escolha do reverso desta moeda pode ser visto como um aviso, enviado aos ursupadores que aparecerem no Império, exemplo: Pacaciano na Mésia.
Este imperador efémero vai usar o mesmo tipo de propaganda cunhando no reverso a deusa Roma com a legenda, Roma eterna ano 2001, usando assim o simbolismo do seu adversário a seu favor.

Pacaciano-Antoniniano cunhado em Viminacium  em 248-249
Anv. Pacaciano com coroa radiada e drapeado à direita
IMP TI CL MAR PACATIANS PF IN
Rev. Roma sentada num escudo, com uma Vitória na mão direita e uma lança na esquerda
ROMAE AETER AN MIL ET PRIMO
(Ref. RIC-IV 6 var., Cohen-7 var., RSC-7 var.)

MGeada

Bibliografia


André Piganiol ; Jeux Séculaires, Revue des Études Anciennes.
Eric Lesueur ; Le Milenaire de Rome.
Jean-Gagé ; Les jeux séculaires de 204 ap. JC, e la dynastie des Sévères-Mélanges d’archeologie et h’istoire. t.51.1934, pag.33-78.
Jean Gagé ; Recherches sur les jeux séculaires. Ed. Les belles Lettres.1934.
Laurent Schmitt ; Les Monnaies romaines, Editions les Chevaux Légers.
Paul Petit, Histoire Générale de L’Empire Romain-Edi. Seuil,1974.
Pierre Brind’Amour ; «L’Origine des Jeux Seculaires», volume 2, 1978,  page 1334-1417.
https://fr.wikisource.org/wiki/Les_Jeux_s%C3%A9culaires_d%E2%80%99Auguste

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